Viagem a Serro / Diamantina, MG

Quarta-feira, 16 de agosto de 2017. Às 6 ho­ras, comi um pão­zi­nho e uma goi­aba. Para o al­moço, pre­pa­rei dois san­duí­ches e os em­pa­co­tei. Às 6h30, Al­ta­mir me pe­gou no apar­ta­mento da Dona Be­ní­cia em Vi­tó­ria, ca­pi­tal do Es­pí­rito Santo (ES). Nós guar­da­mos nossa ba­ga­gem no carro dele e par­ti­mos. A vi­a­gem pas­sou por Ca­ri­a­cica, pas­sando por Santa Le­o­pol­dina, pas­sando pela Bar­ra­gem e Usina Hi­dre­lé­trica Suíça no Rio Santa Ma­ria e na Pou­sada Suíça.

Al­ta­mir em frente da nossa pou­sada em Serro, MG

Nós pa­ra­mos às apro­xi­ma­da­mente 1:30 da tarde para ad­qui­rir algo que co­mer. Foi em al­gum lu­gar ao longo da rota do Rio Doce. No bufê, nos ser­vi­mos, eu bebi um suco de la­ranja. De­pois do nosso al­moço tar­dio, se­gui­mos em frente. Quando vi­mos co­cos e uma pe­quena lan­cho­nete com água de coco na beira da es­trada, pa­ra­mos no­va­mente para be­ber água de coco. For­ta­le­ci­dos nós di­ri­gi­mos em di­re­ção a Go­ver­na­dor Va­la­da­res, en­tão Gua­nhães. In­fe­liz­mente, não ha­via si­na­li­za­ção aqui que nos aju­da­ria na ci­dade a en­con­trar nosso ca­mi­nho. Uma mu­lher à qual Ta­mir pe­diu in­for­ma­ções não sa­bia onde está Serro. Ti­ve­mos a im­pres­são de que ela nem sa­bia que ha­via uma ci­dade his­to­ri­ca­mente sig­ni­fi­ca­tiva cha­mada Serro pró­xima (pouco me­nos de 70 km). De­pois de vá­rias per­gun­tas e com a ajuda do GPS en­con­tra­mos o ca­mi­nho. Na pe­ri­fe­ria da ci­dade, vi uma placa apon­tando para Sa­bi­nó­po­lis. Esse foi o nosso ca­mi­nho. Ele es­tava muito aci­den­tado aqui. No fi­nal da tarde, che­ga­mos a Serro. Pri­meiro, es­tá­va­mos pro­cu­rando uma pou­sada. O pri­meiro que en­tra­mos e vi­si­ta­mos a sala foi de­ma­si­ado sim­ple para a gente. Nós es­tá­va­mos pro­cu­rando por ou­tra. Logo en­con­tra­mos a Pou­sada de Quejo, que nos agra­dou. Nós nos mu­da­mos para os nos­sos quar­tos: eu no pri­meiro an­dar, Ta­mir no an­dar térreo.

Serro, MG

En­tão vi­si­ta­mos Serro a pé, ti­ra­mos fo­tos e tam­bém en­tra­mos no posto de tu­rismo. A fun­ci­o­ná­ria de lá nos con­vi­dou para a aber­tura de uma ex­po­si­ção por oca­sião do 80º ani­ver­sá­rio do Ins­ti­tuto do Pa­trimô­nio His­tó­rico e Ar­tís­tico Na­ci­o­nal (IPHAN) no dia se­guinte, às 19h.

Serro, MG

Já que es­tá­va­mos com fome agora, es­tá­va­mos pro­cu­rando um res­tau­rante. Nós não gos­ta­mos do pri­meiro. Era mais como be­ber e as­sis­tir ao jogo de fu­te­bol na TV. Mas de­pois en­con­tra­mos ou­tro, onde pe­di­mos uma pizza con­junta com dois sa­bo­res di­fe­ren­tes, além de uma gar­rafa de «Ori­gi­nal». Quando o gar­çom nos trouxe a cer­veja, ele tam­bém co­lo­cou algo para mor­dis­car na mesa. Foi casca de porco co­zida ou algo pa­re­cido. Eu não gos­tei disso. Gos­ta­mos da pizza. Ao des­pe­dir-nos, Ta­mir con­ver­sou com Gar­çon, Washing­ton, so­bre os vá­rios quei­jos que es­ta­vam à venda aqui. Ta­mir des­co­briu onde ele po­de­ria com­prar esse queijo. Ele ou­vira fa­lar de uma loja de quei­jos. Washing­ton disse que es­tava na co­o­pe­ra­tiva, bem ao lado da Rodoviaria.

Quinta-feira, 17 de agosto. De ma­nhã nos en­con­tra­mos como com­bi­nado às 8 ho­ras para o café-da-ma­nhã. O café-da-ma­nhã não foi opu­lento, mas ti­nha ma­mão, ba­nana, água quente para chá e café, pãe­zi­nhos, vá­rios bo­los e io­gurte. O café-da-ma­nhã foi to­mado no cor­re­dor do an­dar tér­reo. Ha­via ape­nas 3 me­si­nhas para 4 pes­soas cada.
Após o café-da-ma­nhã re­ser­va­mos nosso quarto nesta pou­sada para mais uma noite. Ta­mir con­se­guiu um quarto no an­dar de cima como eu. A ja­nela não se apa­gava como a mi­nha na ci­dade, mas no lado da rua.
De­pois vi­si­ta­mos a Igreja Ma­triz de Nossa Se­nhora da Con­cei­ção. De lá fo­mos ao Mu­seu Re­gi­o­nal. Nós fo­mos acom­pa­nha­dos por um jo­vem guia de mu­seu que ex­pli­cou tudo para nós sem se per­der em de­ta­lhes pro­li­xos. Foi in­te­res­sante. O mu­seu está lo­ca­li­zado na Casa dos Ot­toni, uma fa­mí­lia de im­por­tân­cia na­ci­o­nal.
De­pois de vi­si­tar o mu­seu, fi­ze­mos o nosso ca­mi­nho pri­meiro para a ci­dade hip­pie, onde ha­via muito pouco para ver. Foi im­pres­si­o­nante que quase toda se­gunda casa fosse uma pou­sada. De­pois vol­ta­mos de carro e, pouco an­tes de Serro, pe­ga­mos o ca­mi­nho para a Ca­cho­eira do Moi­nho, uma ca­cho­eira lo­ca­li­zada a cerca de 70 km de Serro.

Ca­cho­eira do Moi­nho em Mi­lho Verde, Serro, MG

De­pois vol­ta­mos quase para o Serro e en­tra­mos na es­trada de mais de 100 km até Di­a­man­tina. Nós di­ri­gi­mos por uma paí­sa­gem mon­ta­nhosa muito va­ri­ada. Ha­via pla­nal­tos in­tei­ros que eram ro­cho­sos, ro­cho­sos e gra­ma­dos, ainda de­sa­bi­ta­dos e es­tra­nha­mente des­per­di­ça­dos. As for­ma­ções ro­cho­sas pe­cu­li­a­res tam­bém eram impressionantes.

Diamantina, MG

Fi­nal­mente che­ga­mos a Di­a­man­tina. Ta­mir teve mui­tos pro­ble­mas em en­con­trar o cen­tro his­tó­rico. A si­na­li­za­ção é pra­ti­ca­mente ine­xis­tente, e a as­sis­tên­cia do GPS mui­tas ve­zes se mos­trou falsa e en­ga­nosa de­vido as ruas de sen­tido único. Fi­nal­mente, che­ga­mos à igreja/catedral, mas não en­con­tra­mos ime­di­a­ta­mente um lu­gar para es­ta­ci­o­nar. Fi­nal­mente, Ta­mir saiu para per­gun­tar em uma loja do es­ta­ci­o­na­mento em frente, que era de graça. Este foi um par­que de es­ta­ci­o­na­mento, que era gra­tuito e para o qual a gente ti­nha que pa­gar uma taxa de es­ta­ci­o­na­mento. Ele fez isso e de­pois es­ta­ci­o­nou o carro neste par­que.
Agora que­ría­mos co­mer pri­meiro. Fi­nal­mente, as duas ho­ras já ti­nham de­sa­pa­re­cido há muito tempo. Ta­mir pro­cu­rava um res­tau­rante que co­nhe­cesse, mas não en­con­trou ime­di­a­ta­mente. Ele per­gun­tou aos mo­ra­do­res sem sa­ber o nome do res­tau­rante. En­tão, en­con­tra­mos o res­tau­rante; só que­ria fe­char. É cha­mado «apo­ca­lipse». O fun­ci­o­ná­rio foi per­su­a­dido a per­gun­tar se po­de­ria dei­xar en­trar mais dois con­vi­da­dos. Ele veio com uma de­ci­são po­si­tiva.
No res­tau­rante «apo­ca­lipse», um exu­be­rante buf­fet de self-ser­vice nos es­pe­raba. Eu pe­guei da po­lenta e da «ba­nana ra­pida». Eu tam­bém no­tei uma es­pé­cie de su­flê de es­pi­na­fre que eu achei de­li­ci­oso. Be­be­mos su­cos de fru­tas re­cém-pas­sa­dos.
Após a re­fei­ção par­ti­mos a pé no­va­mente para vi­si­tar a ci­dade. Ta­mir no­tou o edi­fi­cio da Loja Maçô­nica lo­cal. Claro que ele po­sou na frente dele. Eu ti­rei uma foto com o ce­lu­lar dele. Ele me mos­trou mais edi­fí­cios e ruas. Eu fi­quei impressionado.

Di­a­man­tina, MG

Eu em­pur­rei um pouco no ca­mi­nho de volta para o Serro. Por­que eu re­al­mente que­ria vol­tar pela im­pres­si­o­nante pista em baixo sol. En­tão par­ti­mos no­va­mente no ca­mi­nho de volta. Al­ta­mir es­co­lheu o mesmo ca­mi­nho via Da­tas no­va­mente.
Che­ga­mos em Serro ao en­tar­de­cer, por volta das 17h30. Ta­mir di­ri­giu o carro di­re­ta­mente para a Igreja Santa Rita, onde ti­rei al­gu­mas fo­tos de Serro no­turno.
De­pois vol­ta­mos para a nossa Pou­sada de Quejo. O tempo bas­tou para to­mar um ba­nho an­tes do evento cul­tu­ral e tro­car de roupa. Mas: Eu não ti­nha muito a mu­dar na mi­nha bagagem.

Evento cultural na Chácara do Barão de Serro

Um quarto de hora de­pois, che­ga­mos à Chá­cara do Ba­rão de Serro. Houve uma pe­quena fila na en­trada, por­que os con­vi­da­dos ti­nham que se ins­cre­ver na lista de con­vi­da­dos. En­tão não che­ga­mos tão tarde. Ta­mir disse, bem a tempo. Quando en­tra­mos no pá­tio, a Banda San­tís­simo Sa­cra­mento to­cou. De­pois houve um dis­curso de boas vin­das e mais dis­cur­sos. Após essa re­cep­ção e mais pa­les­tras, teve iní­cio uma vi­sita gui­ada à ex­po­si­ção «80 anos do IPHAN». Essa parte era me­nos in­te­res­sante por­que, na mi­nha opi­nião, ha­via mui­tas pa­re­des de texto em re­la­ção às ex­po­si­ções, e as pas­sa­gens for­ma­das pe­las par­ti­ções eram es­trei­tas de­mais para aco­mo­dar tan­tos vi­si­tan­tes. Eu es­tava mais in­te­res­sada na casa em que es­tá­va­mos, a Chá­cara do Ba­rão de Serro. Na co­zi­nha era um fo­gão a le­nha enorme, par­ci­al­mente em­pa­re­dada, al­gu­mas par­tes, como por­tas de forno, placa de forno com fo­gão, fo­gão ect. feito de metal.

Chá­cara do Ba­rão de Serro, MG

Logo os ca­po­ei­ris­tas es­ta­vam se pre­pa­rando. Com ca­dei­ras, um cír­culo foi for­mado. Eu re­al­mente pen­sei que as ca­dei­ras se­riam para o pú­blico. Mas logo des­co­bri que a trupe de ca­po­eira não ape­nas con­sis­tia de um pu­nhado de mem­bros, mas con­tava com cerca de duas dú­zias de cri­an­ças, ado­les­cen­tes e adul­tos de am­bos os se­xos. No iní­cio, os be­rim­baus atin­gi­ram o ritmo. De­pois de al­guns ba­res o canto co­me­çou com o vo­ca­lista, logo os ou­tros ca­po­ei­ris­tas se jun­ta­ram no co­ral. E a dança ri­tual de dois guer­rei­ros ou es­cra­vos co­me­çou.
Du­rante a con­versa com o ofi­cial de co­mu­ni­ca­ção da pre­fei­tura de Serro, apren­de­mos ainda mais so­bre a área. Além disso, os res­pon­sá­veis as­se­gu­ra­ram que ti­vés­se­mos um suco re­fres­cante para be­ber e, de­pois, tam­bém um caldo quente, uma sopa de carne quente e nu­tri­tiva, pro­va­vel­mente com Ai­pim e al­guns ve­ge­tais de sopa. Eu gos­tou muito dele. Nós não tí­nha­mos co­mido o jan­tar ainda. Mas isso foi o su­fi­ci­ente para mim.

De volta à pou­sada, Al­ta­mir disse que ainda es­tava com um pouco de fome. Eu não que­ria co­mer nada e de­pois fui para o quarto, onde logo ador­meci de­pois de um banho.

Sexta-feira, 18 de agosto. Saí para o café-da-ma­nhã às 7h30 por­que pen­sei em en­con­trar Ta­mir lá. Ele não es­tava lá. Apa­ren­te­mente, ele já es­tava na ci­dade pro­cu­rando a loja de quei­jos. To­mei café-da-ma­nhã até as 8h15 por­que achava que Ta­mir vol­ta­ria de sua vi­a­gem de com­pras por volta das 8h para o café-da-ma­nhã. Ele não apa­re­ceu. En­tão fui ao meu quarto para es­co­var os den­tes e ar­ru­mar mi­nhas coi­sas. En­tão eu bati na sua porta. Ele apa­ren­te­mente ainda es­tava em mo­vi­mento. Eu sen­tei na re­cep­ção em uma ca­deira e es­crevi al­gu­mas men­sa­gens no What­sapp. En­tão Ta­mir apa­re­ceu quando eu pa­guei a conta do ho­tel.
Às 9 ho­ras par­ti­mos. Ele ex­pli­cou por que ele es­teve na ci­dade por tanto tempo. Ele ra­pi­da­mente en­con­trou a co­o­pe­ra­tiva que vende queijo. Mas a oferta foi muito po­bre. Re­fe­rindo-se às in­for­ma­ções do gar­çom Washing­ton, ele pe­diu para o pro­du­tor que pro­du­ziu queijo es­pe­cial. Ta­mir con­se­guiu o en­de­reço. Isto foi mais longe do cen­tro da ci­dade. Por isso, ele vol­tou a pé, pe­gou o carro e di­ri­giu para esse en­de­reço. In­fe­liz­mente, isso não era uma loja. O pró­prio pro­du­tor de queijo não es­tava em casa. Sua mãe mos­trou-lhe o queijo cu­rado. E, de fato, este queijo pro­vou muito me­lhor do que o an­te­rior, que é bas­tante se­me­lhante e ape­nas um pouco mais caro em Vi­tó­ria no su­per­mer­cado tam­bém en­con­trado. No en­tanto, o preço de um des­ses quei­jos não era como Washing­ton, o gar­çom, disse R$ 35, mas R$ 60, quase o do­bro. Ta­mir com­prou ape­nas uma parte, a sa­ber, por R$ 20.
A mãe do pro­du­tor do queijo tam­bém con­tou a Ta­mir a his­tó­ria da pro­du­ção de queijo de seu fi­lho, que es­tava em uma si­tu­a­ção bas­tante pre­cá­ria, não ti­nha tra­ba­lho e, por­tanto, de­ci­diu se de­di­car à pro­du­ção de queijo. En­tão ele com­prou os pra­tos ne­ces­sá­rios e ad­qui­riu o mais im­por­tante know-how. Para isso, ele teve que fa­zer um em­prés­timo. In­fe­liz­mente, um fungo ata­cou a pro­du­ção de queijo e ar­rui­nou todo o tra­ba­lho e in­ves­ti­mento, como o fi­lho acre­di­tava ini­ci­al­mente. Ele en­tão teve esse queijo exa­mi­nado. A in­ves­ti­ga­ção mos­trou, no en­tanto, que o fungo é um dos que per­ten­cem aos quei­jos co­mes­tí­veis. De­pois, ele le­vou seu queijo para a França para uma feira de quei­jos e trouxe com seus dois quei­jos ouro e prata. Agora ele es­pera po­der pa­gar sua dí­vida de cré­dito com as ven­das de queijo.

«Vila fantasma» na Serra do Caroula, MG

Per­surso até a ca­pela, onde tem uma vista bela. Nós ti­ve­mos que pe­dir di­re­ções, em­bora Al­ta­mir não es­teja na ca­pela pela pri­meira vez. Ha­via três ar­te­sãos, pe­drei­ros, con­ser­tando uma casa ao lado da ca­pela. Pos­si­vel­mente tam­bém o abas­te­ci­mento de água, sa­ni­tá­rios etc., que per­ten­ciam à ca­pela. Pri­meiro, nós vi­si­ta­mos a ca­pela. É muito sim­ples, o al­tar de ma­deira, uma pe­quena ga­le­ria. De­pois su­bi­mos a co­lina ro­chosa com uma mag­ní­fica vista pa­no­râ­mica dos va­les e co­li­nas circundantes.

Ca­pela de Nossa Se­nhora das Do­res na «Vila fan­tasma» na Serra do Ca­roula, MG

As cerca de cem ca­sas nas en­cos­tas da ca­pela são de­sa­bi­ta­das du­rante todo o ano, além de mo­ra­do­res in­di­vi­du­ais nos fins de se­mana. A al­deia é, por­tanto, tam­bém cha­mada «vila fan­tasma». Ele per­tence ao mu­ni­cí­pio Serro.
Mas em ju­nho, to­dos os fiéis que têm suas ca­sas aqui vêm e per­ma­ne­cem por uma se­mana. No iní­cio do sé­culo pas­sado, os ca­tó­li­cos co­me­ça­ram a ín­greme, 3 km su­bir a co­lina para bus­car pro­te­ção e mi­la­gres de Nossa Se­nhora. Ao sen­ti­rem a graça de Nossa Se­nhora, o uni­verso da pe­re­gri­na­ção au­men­tou. A men­sa­gem se es­pa­lhou e atraiu es­tra­nhos de longe. Por esta ra­zão, um crente, José Os­valdo de Gu­lim, er­gueu uma cruz no morro. Um pouco de­pois, ele e três ho­mens, Ex­pe­dito, José e Ni­co­de­mos, cons­truí­ram uma ca­pela no chão do­ada por Ro­mão Edu­ardo. As­sim nas­ceu o san­tuá­rio de Nossa Se­nhora das Do­res.
To­dos os anos, em ju­nho, uma se­mana in­teira é ce­le­brada e re­zada em honra de Nossa Se­nhora. Ini­ci­al­mente, os fiéis saíam to­dos os dias da ár­dua e po­ei­renta es­trada to­dos os dias e des­ciam no­va­mente à noite para pas­sar a noite em casa. Para evi­tar es­sas incô­mo­das mu­dan­ças, os cren­tes ti­ve­ram a ideia de cons­truir ca­ba­nas no morro da ca­pe­li­nha. Mui­tos logo se le­van­ta­ram em volta da igreja. Es­sas ca­ba­nas eram pré­dios sim­ples, a mai­o­ria com uma sala, por­que só ser­vem du­rante a se­mana de ani­ver­sá­rio. Os ha­bi­tan­tes da re­gião cha­ma­vam es­sas bar­ra­cas im­pro­vi­sa­das de bar­ra­qui­nhas. Os pri­mei­ros fo­ram fei­tos de ma­deira, lona e sapê, sem ne­nhum con­forto. Mais tarde, ca­sas mais só­li­das de ma­deira ou ti­jo­los se­gui­ram. Eles per­ten­cem à pa­ró­quia e não são ha­bi­ta­dos, ex­ceto um ao lado da ca­pela, não o ano todo. Dona Ma­ría do Am­paro mora lá, Silva Santo, 63 anos, sua es­posa, Da­mião, e um dos oito fi­lhos do ca­sal, Iago, 20 anos. „Quem deu o mo­tivo para a cons­tru­ção da ca­pela, que era meu cu­nhado”, diz a mulher.

Conceição do Mato Dentro, MG

Fi­nal­mente des­ce­mos a co­lina no­va­mente. De agora em di­ante, quase sem­pre ro­da­mos em es­trada de chão. Uma pai­sa­gem ma­ra­vi­lhosa. Em Con­cei­ção do Mato Den­tro, fo­mos de carro até a co­lina da igreja para des­can­sar. Vi­si­ta­mos a igreja pa­ro­quial Bom Je­sus de Ma­to­zi­nhos. Nós le­va­mos muito tempo. Da­qui a gente des­fru­tou de uma boa vi­são ge­ral dos as­sen­ta­men­tos.
A igreja é de­co­rada com be­las vi­trais. Um de­les pode re­pre­sen­tar a Ci­dade Santa, si­tu­ada no in­te­rior de Con­cei­ção do Mato Den­tro, com uma igreja no alto da co­lina onde se en­con­tra o Bom Je­sus de Ma­to­zi­nhos. En­tão, tal­véz, uma alu­são à sua pro­pria igreja.
Uma ou­tra vi­draça (cf. foto a di­reita) re­pre­senta ce­nas da vida de Cristo, por exem­plo a en­trada triun­fal em Je­ru­sa­lém ou Cristo en­frente a Pôn­cio Pi­la­tos.
De­pois de pelo me­nos meia hora, co­me­ça­mos a jor­nada no­va­mente. Mais uma vez saí­mos logo da es­trada pa­vi­men­tada e pas­sa­mos por es­tra­das de terra. Nos al­mo­ça­mos na «Es­tan­cia da Serra» com bela vista. De­pois de mais uns ki­lo­me­tros che­ga­mos ao pé do Pico, que não vi­si­ta­mos. Con­ti­nu­a­ção da vi­a­gem ro­dando nas es­tra­das de terra para Ibi­rama e mais longe. Quando es­tá­va­mos di­ri­gindo no es­curo por um tempo e tam­bém de ter to­mado uma be­bida em uma área de des­canso perto de João Mon­le­vado, che­ga­mos a um ho­tel na BR em Abre Campo. Era o ho­tel Me­mo­rial Co­to­chés. Nós fi­ca­mos aqui cada um em um quarto e fi­ca­mos aqui.

De­pois de pelo me­nos meia hora, co­me­ça­mos a jor­nada no­va­mente. Mais uma vez saí­mos logo da es­trada pa­vi­men­tada e pas­sa­mos por es­tra­das de terra.
Nos al­mo­ça­mos na «Es­tan­cia da Serra» com bela vista. De­pois de mais uns ki­lo­me­tros che­ga­mos ao pé do Pico, que não vi­si­ta­mos. Con­ti­nu­a­ção da vi­a­gem ro­dando nas es­tra­das de terra para Ibi­rama e mais longe. Quando es­tá­va­mos di­ri­gindo no es­curo por um tempo e tam­bém de ter to­mado uma be­bida em uma área de des­canso perto de João Mon­le­vado, che­ga­mos a um ho­tel na BR em Abre Campo. Era o ho­tel Me­mo­rial Co­to­chés. Nós fi­ca­mos aqui cada um em um quarto e fi­ca­mos aqui.

San­tuá­rio do Se­nhor Bom Je­sus do Ma­to­si­nhos, em Con­cei­ção do Mato Den­tro, MG 

Volta de Abre Campo, MG para Vitória, ES

Sá­bado 19 de agosto To­ma­mos nosso café-da-ma­nhã no es­pa­çoso e in­sen­si­vel res­tau­rante do ho­tel, onde al­guns vi­a­jan­tes pa­ra­ram no posto de ga­so­lina nas pro­xi­mi­da­des ou com­pra­ram uma lem­brança ou um pouco de queijo, ca­chaça ou algo pa­re­cido na loja. O buf­fet de café-da-ma­nhã foi bas­tante mo­desto. Para fa­zer um chá, de­mo­rei tanto que eu ti­nha co­mido os pri­mei­ros pãe­si­nhos quando foi ser­vido meu chá.
Nos co­lo­ca­mos de novo no carro, Ta­mir no vo­lante. Agora foi re­la­ti­va­mente rá­pido. Pois nós ro­da­mos na BR262. En­tão, ro­da­mos pra­ti­ca­mente inin­ter­rup­ta­mente por horas.

Pai­sa­gens

Che­ga­mos em Es­pí­rito Santo e logo de­pois fi­ze­mos uma pa­rada. Foi na «Casa do Te­eiro», na ca­fe­te­ria-loja ru­ral que eu já co­nhe­cia, al­guns ki­lo­me­tros an­tes de Iba­tiba, ES . Quando nos sen­ta­mos lá den­tro, eu que­ria ti­rar meu ce­lu­lar e per­cebi que tinha‑o es­que­cido no ho­tel Me­mo­rial Co­to­chés em Abre Campo. Ime­di­a­ta­mente, Ta­mir li­gou para o ho­tel e ob­teve a res­posta de que ha­viam con­se­guido o ce­lu­lar e ten­ta­ram ho­ras atrás para nos li­gar. Mas Ta­mir des­li­gou o ce­lu­lar dele tam­bém. O ca­va­lheiro da re­cep­ção do ho­tel su­ge­riu man­dar meu te­le­fone para Vi­tó­ria. Desde que eu tive que voar de volta para a Suíça em pou­cos dias, eu não que­ria ar­ris­car. Su­geri que en­vi­as­sem meu te­le­fone di­re­ta­mente para a Suíça. Mais tarde, Ta­mir pas­sou meu en­de­reço. Meu ce­lu­lar foi en­tre­gue em boas con­di­ções pe­los cor­reios al­guns dias de­pois da mi­nha che­gada à Suíça.

Che­ga­mos de­pois de es­cu­re­cer em Vi­tó­ria, ES.

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