Em memória de

Benícia Lecco Zamperlini

Na­cida no dia 4 de março de 1926 na vila de Gua­raná, dis­trito de Ri­bei­rão, Es­pí­rito Santo, fi­lha de Nilo Ab­bade Be­ni­cio Lecco e de Sra. The­reza de Je­sus Lecco, Be­ní­cia Lecco Zam­per­lini fa­le­ceu no dia 22 de abril de 2022 em Vi­tó­ria. Ela des­cansa em paz no ce­mi­té­rio São João Ba­tista em Ara­cruz – ES, Brasil.

Be­ní­cia cres­ceu junto com 4 ir­mãos e 6 ir­mãs na vila de Gua­ranã. Fran­cisca, uma das ir­mãs, era na ver­dade uma prima. Mas como a mãe dela mor­reu quando Fran­cisca nas­ceu, os pais de Be­ní­cia le­va­ram a pe­quena Fran­cisca para sua fa­mí­lia e a cri­a­ram como seus pró­prios fi­lhos. As­sim, Fran­cisca não foi cha­mada de prima por seus ir­mãos, mas de irmã. O ir­mão de Be­ní­cia Pe­dro tam­bém teve uma fi­lha, Gina, que tam­bém cres­ceu com seus avós Nilo e The­reza de Je­sus. Ela tam­bém está na ár­vore ge­ne­a­ló­gica como irmã de Be­ní­cia, em­bora Be­ní­cia seja na ver­dade a tia de Gina.

Como o nome su­gere, a fa­mí­lia Lecco vem do norte da Itá­lia. A fa­mí­lia de José Zam­per­lini, ma­rido de Be­ní­cia, que mor­reu em tenra idade, tam­bém veio da Itá­lia, de Vi­ga­sio, perto de Ve­rona. Am­bas as fa­mí­lias emi­gra­ram para o Brasil.

Lem­bran­ças (mú­sica Cre­a­tive Com­mons via Wi­ki­me­dia Commons)

Genealogia da família Zamperlini-Lecco

Fa­mí­lia Zam­per­lini (134)_entz
Família Zamperlini (134)_entz
zamperlini_genealogia_5generation_irmaos_v02
zamperlini_genealogia_5generation_irmaos_v02
zamperlini_genealogia_7gener_v04
zamperlini_genealogia_7gener_v04
zamper_genealogie_mindmap_01
zamper_genealogie_mindmap_01
previous arrowprevious arrow
next arrownext arrow
PlayPause
 
image
image
IMG-20171202-WA0009
IMG-20171202-WA0009
IMG-20160823-WA0000
IMG-20160823-WA0000
monica_vovo
monica_vovo
lui­za_­joao-ma­roc_­vovo
luiza_joao-maroc_vovo
vo­vo_­mo­ni­ca_­joao-mar­co_­luiza
vovo_monica_joao-marco_luiza
Wilson_Benicia_Patricia_Renzo_geburi_vovo_2022
Wilson_Benicia_Patricia_Renzo_geburi_vovo_2022
previous arrowprevious arrow
next arrownext arrow
PlayPause
 

História da família Zamperlini Lecco

Como o nome su­gere, a fa­mí­lia Lecco vem do norte da Itá­lia. A fa­mí­lia de José Zam­per­lini, que mor­reu em tenra idade, tam­bém veio da Itá­lia, de Vi­ga­sio, perto de Ve­rona. Am­bas as fa­mí­lias emi­gra­ram para o Brasil.

A fa­mí­lia Zam­per­lini pro­va­vel­mente emi­grou de Vi­ga­sio perto de Ve­rona para Vi­tó­ria, no Es­pí­rito Santo, nos anos 1890. Está do­cu­men­tado que Ce­sare Au­gusto Zam­per­lini, nas­cido em 11 de março de 1873, de 21 anos, em­bar­cou com sua es­posa Li­be­rata Ita­lia Bo­netti de 28 anos [sic! no pro­jeto Imi­gran­tes APEES, tal­vez um erro ao co­piar o nú­mero 2, mais pro­va­vel­mente ela ti­nha 18 anos de idade) e sua fi­lha Te­resa de um ano em Gê­nova, em 10 de no­vem­bro de 1894, no na­vio a va­por Mat­teo Bruzzo. No mesmo na­vio vi­a­jou tam­bém Um­berto Zam­per­lini de 28 anos, tam­bém de Vi­ga­sio, acom­pa­nhado de sua es­posa Rosa Costa, de 25 anos, e sua fi­lha (bebé) Gi­o­conda Zam­per­lini, to­dos com o mesmo des­tino. Em 6 de de­zem­bro de 1894, o jo­vens ca­sais Zam­per­lini dei­xa­ram o na­vio no porto de Vi­tó­ria, Es­pí­rito Santo, e pas­sa­ram a noite na Hos­pe­da­ria dos Imi­gran­tes Pe­dra D’A­gua. O des­tino da vi­a­gem foi a em­presa Cór­rego Ga­briel Emi­lio, no Nú­cleo co­lo­nial Mo­niz Freire (não con­fun­dir com o atual mu­ni­cí­pio de Mu­niz Freire), no Rio Doce, ES.

O na­vio a va­por Gol­conde foi cons­truído na França pela em­presa For­ges & Chan­ti­ers de la Me­di­ter­ra­née de Seyne para a em­presa Freis­si­net. Em no­vem­bro de 1882, o na­vio es­tava em con­di­ções de na­ve­gar. Em 1884, Mat­teo Bruzzo com­prou o na­vio e deu-lhe o nome do pro­pri­e­tá­rio, Mat­teo Bruzzo. O na­vio fez sua pri­meira vi­a­gem ao Bra­sil em 3 de fe­ve­reiro de 1884. Em ju­lho do mesmo ano, Mat­teo Bruzzo fun­dou a co­o­pe­ra­tiva La Ve­loce com a com­pra do na­vio Nord Amé­rica com ou­tro sócio.

Na­vio Mat­teo Bruzzo

Em 1894 fora cri­ado pelo go­verno do Es­tado, por­tanto, em ca­rá­ter ofi­cial, o nú­cleo co­lo­nial Mo­niz Freire, 27 km acima de Li­nha­res, cuja sede era o lu­gar Ma­la­quias, na mar­gem Santa Ma­ria do Rio Doce, com pre­do­mi­nân­cia ita­li­ana. Este nú­cleo, cujo nome fora a pri­meira ho­me­na­gem ao go­ver­na­dor José de Melo Car­va­lho Mu­niz Freire, foi palco de trá­gi­cas ocor­rên­cias em 1895, sendo a causa da proi­bi­ção da imi­gra­ção para o Es­tado (ato de Pri­netti, go­verno ita­li­ano). Com a ex­tin­ção deste nú­cleo, re­sol­veu-se trans­fe­rir a ho­me­na­gem ao go­ver­na­dor, dando-lhe o nome de atual ci­dade Mu­niz Freire, no ano se­guinte ao do fra­casso do nú­cleo co­lo­nial do norte do Estado.

A imigração

De acordo com in­for­ma­ções ofi­ci­ais, Ce­sare Au­gusto Zam­per­lini che­gou ao porto de Vi­tó­ria, ES, com sua es­posa Li­be­rata Ita­lia Bo­netti e sua fi­lha mais ve­lha em de­zem­bro de 1895. Na época, Li­be­rata Ita­lia es­tava grá­vida de seu se­gundo fi­lho. De acordo com as mes­mas in­for­ma­ções, a fa­mí­lia, que en­tre­tanto ha­via cres­cido, dei­xou o Bra­sil no­va­mente para a Itá­lia em 1913. Por que a fa­mí­lia de­ci­diu re­tor­nar à sua an­tiga pá­tria em 1913? O que eles es­pe­ra­vam con­se­guir ao re­tor­nar à Itá­lia? Em 1914, a fa­mí­lia emi­grou no­va­mente para o Es­pí­rito Santo. Que pa­pel de­sem­pe­nhou a de­fla­gra­ção da Pri­meira Guerra Mun­dial em sua re­no­vada emi­gra­ção para o Bra­sil? Para onde a fa­mí­lia se mu­dou desta vez no Es­pí­rito Santo? Eles fo­ram ca­pa­zes de vol­tar para a casa que ha­viam aban­do­nado em 1913? De que vi­via a família?

Alguns membros da família em detalhes

A se­guir, for­ne­ce­mos in­for­ma­ções so­bre al­guns dos mem­bros da fa­mí­lia. Es­tes de­ta­lhes não es­tão do­cu­men­ta­dos, mas são ba­se­a­dos na tra­di­ção oral.

Se­gundo o Pro­jeto Imi­gran­tes do Es­pí­rito Santo, o ca­sal Ales­san­dro Ros­soni e Agos­tina Pi­an­tona mi­grou em 1877 no na­vio Cle­men­tina. Na­quela época, Ales­san­dro ti­nha 35 anos, Agos­tina 34. Eles ti­nham os se­guin­tes fi­lhos: Fran­cisco (11 anos), Gi­a­como (9 anos), Be­a­trice (8 anos) e Ma­ria (1 ano).

Ma­ria An­to­nia De Tof­fol (de Or­zes na pro­vín­cia de Bel­luno na re­gião do Ve­neto, Itá­lia), 45 anos de edade, mãe de 5 fi­lhos, mi­grou no ano 1891 para Es­pí­rito Santo, ob­vi­a­mente sem seu ma­rido Gi­o­vanni Faus­tini. De acordo com a lista de pas­sa­gei­ros do na­vio May­rink, Ma­ria An­to­nia De Tof­fol foi re­gis­trada com os fi­lhos e a fi­lha no dia 12 de fe­ve­reiro de 1891 com des­tino ao porto de Santa Cruz. No mo­mento da che­gada ao Bra­sil os fi­lhos de Ma­ria An­to­nia De Tof­fol eram: 

  1. An­to­nio Giu­seppe Faus­tini de 22 anos de edad (na­cido en­tão ca. 1869)
  2. Ma­ria Faus­tini de 20 anos de edad (na­cida en­tão ca. 1871)
  3. Vit­to­rio Faus­tini de 16 anos de edad (na­cido en­tão ca. 1875)
  4. Afonso Gi­o­vanni Faus­tini de 6 anos (na­cido en­tão ca. 1885)
  5. Carlo Faus­tini de 4 anos (na­cido en­tão ca. 1887) 
Con­forme ao re­gis­tro dos imi­gran­tes, pai e mãe de to­dos es­ses fi­lhos eram Gi­o­vanni Faus­tini e Ma­ria An­to­nia De Tof­fol. To­dos os fi­lhos e a fi­lha na­ce­ram na Itá­lia. En­tão até 1886 o pai es­tava com a fa­mí­lia. E de­pois? No ano 1891, quando a fa­mí­lia Faus­tini-De Tof­fol mi­grou para o Bra­sil com o na­vio May­rink, a mãe de 45 anos (na­cida en­tão ca. 1845/46) era viúva ou seu ma­rido par­tiu mais cedo para o Bra­sil? Ele não apa­rece nas lis­tas dos passageiros. 

A fa­mí­lia Faus­tini-De Tof­fol mi­grou no ano 1891 para ES, no Bra­sil. A po­pu­la­ção de Bel­luno, ori­gem de Ma­ria An­to­nia De Tof­fol, vi­via uma si­tu­a­ção difícil.

Com a ane­xa­ção ao Reino da Itá­lia, o sis­tema ad­mi­nis­tra­tivo cen­tra­li­zado se es­pa­lhou, o que foi me­nos efi­ci­ente do que o sis­tema im­posto pe­los aus­tría­cos. A bur­gue­sia da ci­dade, en­tu­si­as­mada com a ane­xa­ção, mas sem pis­tas po­lí­ti­cas após sé­cu­los de do­mí­nio es­tran­geiro, não foi ca­paz de per­se­guir uma li­nha clara na ges­tão agrá­ria. Por­tanto, não houve au­mento na pro­du­ção e as con­di­ções dos cam­po­ne­ses per­ma­ne­ce­ram in­fe­li­zes. Toda a pro­vín­cia, in­cluindo Bel­luno, co­me­çou a de­cli­nar econô­mica e so­ci­al­mente, e se tor­nou cada vez mais iso­lada do resto da re­gião, tanto que a emi­gra­ção da ci­dade au­men­tou con­si­de­ra­vel­mente, não mais para a Áus­tria, mas para os paí­ses eu­ro­peus mais de­sen­vol­vi­dos e para as Amé­ri­cas, es­pe­ci­al­mente o Bra­sil. Foi uma emi­gra­ção de grande sa­cri­fí­cio e grande dor: os emi­gran­tes de­pen­diam de in­di­ví­duos som­brios e ines­cru­pu­lo­sos, que na mai­o­ria das ve­zes os re­du­ziam à semi-es­cra­vi­dão. A emi­gra­ção tam­bém teve sé­rios efei­tos so­bre Bel­luno: os re­cur­sos hu­ma­nos já ins­truí­dos e trei­na­dos es­ta­vam es­go­ta­dos e, por­tanto, era di­fí­cil co­me­çar e man­ter um certo pa­drão de vida. (cf. it:Wiki)

A ci­dade tam­bém foi atin­gida por um ter­re­moto de­sas­troso em 29 de ju­nho de 1873, às 4.29h da ma­nhã. A in­ten­si­dade es­tava en­tre o nono e dé­cimo grau na Es­cala Mer­calli, e os efei­tos do ter­re­moto atin­gi­ram 6,3 na Es­cala Ri­ch­ter. Dos edi­fí­cios de 2010 no mu­ni­cí­pio, 23 de­sa­ba­ram (in­cluindo qua­tro igre­jas) e 178 fo­ram pos­te­ri­or­mente de­mo­li­dos; além disso, 403 edi­fí­cios fo­ram re­no­va­dos e os edi­fí­cios res­tan­tes fo­ram con­ser­ta­dos. Qua­tro pes­soas mor­re­ram e sete fi­ca­ram fe­ri­das, en­quanto 157 fa­mí­lias (um to­tal de 771 pes­soas) fi­ca­ram de­sa­bri­ga­das. (cf. it:wiki)

En­tre­tanto, al­guns edi­fí­cios pú­bli­cos fo­ram cons­truí­dos na ci­dade, tais como as es­co­las pri­má­rias e a es­ta­ção Bel­luno (1886), as­sim como al­gu­mas es­tra­das e pon­tes (uma ou­tra ponte so­bre o rio Pi­ave data de 1884) e um dis­trito mi­li­tar (1909). No en­tanto, a po­pu­la­ção foi for­çada a con­ti­nuar fa­zendo, ten­tando de­sen­vol­ver a agri­cul­tura, ex­pe­ri­men­tando o co­o­pe­ra­ti­vismo, fun­dando em­pre­sas de tra­ba­lha­do­res e se­gu­ra­do­ras e en­con­trando al­guns re­pre­sen­tan­tes no Par­la­mento. Al­guns exem­plos fo­ram o Asilo Cai­roli, que aco­lheu os fi­lhos dos tra­ba­lha­do­res, ou as ati­vi­da­des de Don An­to­nio Sperti, que re­co­lheu ór­fãos das ruas, ini­ci­ando-os no es­tudo e no tra­ba­lho em sua ofi­cina. (cf. it:wiki)

Como men­ci­o­nado acima, Ce­sare Au­gusto e sua es­posa Li­be­rata Ita­lia Zam­per­lini Bo­netti ca­sa­ram na Itá­lia. Eles emi­gra­ram de Vi­ga­sio, pro­vín­cia de Ve­rona, na Itá­lia, para o Es­pí­rito Santo. Seus fi­lhos eram: Te­resa, Cla­rice, Giu­seppe, At­ti­lio, Um­berto, Ca­ro­lina e María.

At­ti­lio ainda es­cre­veu seu nome em ita­li­ano com um du­plo T. Tam­bém se en­con­tra o nome de sua es­posa es­crito como De­o­linda Ros­soni. Os pais dela eram Fran­cesco Ros­soni e Ma­ria Faus­tini. Ma­ria na­ceu na Itá­lia e mi­grou sem o pai, mas com a mãe e seus ir­mão mais ve­lhos 1891 da Itá­lia para o Bra­sil. Tam­bém se sabe que An­to­ni­eta De­o­linda Ros­soni ti­nha ir­mãos: Au­gusta Gen­tilla, Hen­ri­que, Ma­ria Sa­be­lia, Cla­rice, Pal­mira e Santa. Em qual­quer caso, At­ti­lio e An­to­ni­etta Di­o­linda eram os pais de José Zam­per­lini So­bri­nho, Nilza (Ma­ría), Con­cei­çao, Ca­zilda, dos gê­meos Noê­mia e Se­bas­tião, Lu­zia, Olga e Dalva.

Nilo Ab­bade nas­ceu em Nova Al­meida, Serra, ES. Os fi­lhos na­tu­rais dele e da sua es­posa The­reza de Je­sus fo­ram cha­ma­dos: Ma­ria (Li­qui­nha), Pe­dro, An­to­nio (To­to­nio), Ere­mias (Lalá), Eu­ler (Le­leu), Her­mí­nio, Nilo (Ni­li­nho), Te­resa (San­ti­nha), Be­ne­dita e Glo­ria. The­reza de Je­sus ti­nha uma irmã cha­mada Chi­qui­nha. Quando Chi­qui­nha mor­reu ao dar à luz Fran­cisca, Nilo e The­reza cri­a­ram a pe­quena Fran­cisca (Chi­chica) den­tro de sua fa­mí­lia. Eles eram seus pa­dri­nhos. Fran­cisca foi cri­ada como sua pró­pria fi­lha e to­das as cri­an­ças a per­ce­be­ram não como uma prima, mas como uma irmã. É por isso que ela está in­cluída na ár­vore ge­ne­a­ló­gica na lista dos fi­lhos de Nilo Ab­bade e The­reza de Je­sus. O ir­mão de Be­ní­cia Pe­dro tam­bém teve uma fi­lha, Gina, que tam­bém cres­ceu com seus avós Nilo e The­reza de Je­sus. Ela tam­bém está na ár­vore ge­ne­a­ló­gica como irmã de Be­ní­cia, em­bora Be­ní­cia seja na ver­dade a tia de Gina.

Diá­rio de Nilo Ab­bade Lecco ou do pai dele. 

Ben­zi­mento de Olhado

1o [pri­meiro di­zer o nome da pes­soa] Fu­lano ou Fu­lana

Dois te de­ram e três te ti­rem. Que são as três pes­soas da San­tís­sima Trin­dade Pai, Fi­lho e Es­pí­rito Santo Santa Anna pa­riu Ma­ria, Ma­ria pa­riu Je­sus e Santa Iza­bel a São João Ba­tista. As­sim como es­tas pa­la­vras são cer­tas e vir­tu­o­sas, as­sim tire fora este olhado ou que­branto ou ven­tre caído deste servo ou serva de nosso Se­nhor Je­sus Cristo, amém. (Con­ti­nua na pá­gina 13) 

Benzimento traduto de Nilo Abbade Benício Lecco oder von dessen Vater

[pá­gina] 13

Fim do ben­zi­mento do ramo de vinto*

Como era no prin­cí­pio seja agora e sem­pre em to­dos os sé­cu­los dos sé­cu­los, amém.
1 Pai Nosso
1 Ave-Ma­ria
1 Gló­ria ao Pai
Ofe­re­ci­dos às 3 pes­soas da San­tís­sima Trin­dade, para que este ben­zi­mento te­nha vir­tude de ti­rar esta mo­lés­tia do olho deste servo ou serva de Nosso Se­nhor Je­sus Cristo, amém.
Em 9 de 7bro (se­tem­bro) de 1912

* ramo de vinto é um ramo uti­li­zado para as­per­gir água benta.

Os so­bre­no­mes da Rosa Lou­reiro e So­a­res soam a por­tu­guês, en­quanto Lecco é de ori­gem ita­li­ana. Pa­rece que An­to­nio da Rosa Lou­reiro Lecco vem de uma fa­mí­lia luso-ita­li­ana. Isto su­gere que ele mesmo já ha­via nas­cido no Bra­sil e pos­si­vel­mente um de seus pais ha­via imi­grado da Itá­lia e ca­sado em uma fa­mí­lia de ori­gem por­tu­guesa. Seus fi­lhos eram: Emi­lia, He­di­vi­ges, Nilo Ab­bade Be­ni­cio e Her­mi­nio Máximo.

A bou­ti­que CINCO PONTO CINCO e o POSTO PIONEIRO LTDA ho­me­na­geiam o sr. NILO ABBADE BENICIO LECCO, pela pas­sa­gem de seu ani­ver­sá­rio, co­me­mo­rado por seus fi­lhos, gen­ros, no­ras, ne­tos, bis­ne­tos, tri­ne­tos e ami­gos, no dia 23 de agosto de 1986.
Com muito or­gu­lho e es­tima apre­sen­ta­mos a sua bi­o­gra­fia. O Sr. NILO ABBADE BENÍCIO LECCO nas­ceu aos 23 de agosto de 1886, em Nova Al­meida – Serra – ES, fi­lho do Sr. Antô­nio da Rosa Lou­reiro Lecco e da Sra Ma­ria So­a­res Lecco. Aos 24 anos de idade ca­sou-se na Co­marca de Ara­cruz – Dis­trito de Vila do Ri­a­cho, pe­rante o juiz Antô­nio da Ro­cha Lobo, no dia 20 de ju­lho de 1911, com The­reza de Je­sus Feu, nas­cida na Serra – ES, fi­lha do Sr. Ma­noel da Rosa Lou­reiro Feu e sra. The­reza Ma­ria da Con­cei­ção Feu. A qual pas­sou a as­si­nar The­reza de Je­ses Lecco, uma pes­soa dó­cil, cheia de bon­dade e mei­guice.
Vi­ve­ram 66 anos ca­sa­dos, quando em 1977, ela veio a fa­le­cer dei­xando em nós a lem­brança e a sau­dade de quem tanto nos amou.
Nilo desde aos seus 15 anos de idade, mo­rou no mu­ni­cí­pio de Ara­cruz – ES, há 53 anos re­side em Ri­be­rão do Sapê – Ara­cruz – ES.
De sua união con­ju­gal, ad­vi­e­ram seus 12 fi­lhos: Her­mí­nio Be­ní­cio Lecco, Antô­nio Be­ní­cio Lecco, Ere­mias Be­ní­cio Lecco (Lalá), Ma­ria Be­ní­cio Lecco (Li­qui­nha), Fran­cis­qui­nha Be­ní­cio Lecco, Nilo Ab­bade Fi­lho, The­reza Be­ní­cio Lecco (San­ti­nha), Pe­dro Be­ní­cio Lecco, Be­ní­cia Lecco, Be­ne­dicta Be­ní­cio Lecco, Eu­ler Be­ní­cio Lecco e Glo­ri­nha Be­ní­cio Lecco.
Hoje vive fe­liz, am­pa­rado pelo afeto de sua fa­mí­lia, com­posta pe­los seus fi­lhos, gen­ros, no­ras, seus 63 ne­tos, 91 bis­ne­tos, 4 tri­ne­tos. To­ta­li­zando 221 pes­soas que se sen­tem hon­ra­das pelo con­ví­vio de pai, so­gro, avô, bi­savô, tri­avô e amigo.
Com imensa fe­li­ci­dade, pa­re­be­ni­za­mos os seus 100 anos de idade, um sé­culo de vida, da qual muito nos or­gu­lha­mos.
Bei­jos de seu neto The­re­mar pes­tana e sua bis­neta Vera Pes­tana.
São Ma­teus, 25.08.86

Emigração italiana no século XIX

No sé­culo XIX, não ape­nas a po­pu­la­ção ita­li­ana, mas a maior parte da Eu­ropa vi­via na po­breza. A tran­si­ção de um mo­delo de pro­du­ção feu­dal para um sis­tema ca­pi­ta­lista cau­sou mui­tos pro­ble­mas no con­ti­nente eu­ro­peu: a terra es­tava con­cen­trada nas mãos de pou­cos pro­pri­e­tá­rios e ha­via al­tos im­pos­tos so­bre a pro­pri­e­dade, de modo que os pro­pri­e­tá­rios eram fre­quen­te­mente for­ça­dos a se en­di­vi­dar pe­dindo di­nheiro em­pres­tado. Ha­via tam­bém con­cor­rên­cia des­leal com as gran­des pro­pri­e­da­des, o que sig­ni­fi­cava que os pre­ços dos pro­du­tos dos pe­que­nos agri­cul­to­res não mais co­briam os cus­tos, de modo que uma grande parte da força de tra­ba­lho era for­çada a se des­lo­car para ou­tras in­dús­trias emer­gen­tes que não po­diam em­pre­gar a to­dos, e ha­via um alto de­sem­prego nas ci­da­des. Como re­sul­tado, mi­lhões de ex-pro­pri­e­tá­rios tor­na­ram-se tra­ba­lha­do­res bra­çais nas gran­des fá­bri­cas agrí­co­las. Mesmo aque­les que con­ti­nu­a­ram a cul­ti­var suas ter­ras não pu­de­ram vi­ver ne­las. Este pro­blema tam­bém ocor­reu por­que a terra foi dis­tri­buida aos her­dei­ros: Se uma fa­mí­lia era muito grande, um pe­daço de terra era di­vi­dido em par­tes muito pe­que­nas para que ne­nhum dos her­dei­ros pu­desse ga­nhar uma renda de­cente com seu campo. (ver: Imi­gra­ção ita­li­ana no Bra­sil. In: Wi­ki­pe­dia)

No sé­culo XIX, a po­pu­la­ção eu­ro­péia cres­ceu for­te­mente (quase duas ve­zes e meia), o que exa­cer­bou os pro­ble­mas so­ci­ais no con­ti­nente. No Vê­neto do sé­culo XIX, a re­gião ita­li­ana da qual cerca de 30% dos ita­li­a­nos emi­gra­ram para o Bra­sil, in­cluindo a fa­mí­lia Zam­per­lini, o his­to­ri­a­dor Emi­lio Fran­zina es­cre­veu: “As pes­soas po­diam mor­rer de des­nu­tri­ção e o único ali­mento para a po­pu­la­ção ru­ral era a po­lenta, por­que a carne era um mito e o pão feito de fa­ri­nha de trigo era ina­ces­sí­vel por causa de seu alto preço”. A si­tu­a­ção não era di­fe­rente em ou­tras re­giões da Itá­lia e em ou­tros paí­ses eu­ro­peus: a fome e a mi­sé­ria es­ta­vam cei­fando a Eu­ropa. O cam­po­nês eu­ro­peu ti­nha um grande amor por seu pe­daço de terra e toda sua vida gi­rava em torno do cui­dado de sua pro­pri­e­dade. Seu mundo não se es­ten­dia além da co­mu­ni­dade à qual ele per­ten­cia e seu ideal econô­mico era a auto-su­fi­ci­ên­cia. Neste con­texto, o con­ti­nente ame­ri­cano apa­rece como um fu­turo so­nhado por mi­lhões de eu­ro­peus que emi­gra­ram com a es­pe­rança de se tor­na­rem gran­des la­ti­fun­diá­rios. (ver: Imi­gra­ção ita­li­ana no Bra­sil. In: Wikipedia)

Foi as­sim que mi­lhões de cam­po­ne­ses eu­ro­peus, que ja­mais ha­viam saído de seus vi­la­re­jos de ori­gem, tor­na­ram-se emi­gran­tes. Pri­mei­ra­mente, bus­ca­ram tra­ba­lho nas ci­da­des. Em se­guida, nos paí­ses vi­zi­nhos, numa mi­gra­ção sa­zo­nal quando a de­manda por mão de obra au­men­tava, como em época de co­lhei­tas. De­pois, re­gres­sa­vam para casa. Quando es­sas al­ter­na­ti­vas já não sur­tiam mais efeito, bus­ca­ram a emi­gra­ção tran­so­ceâ­nica, so­bre­tudo para os paí­ses das Amé­ri­cas. Es­ta­dos Uni­dos, Ca­nadá e Ar­gen­tina eram paí­ses que ti­nham a ca­pa­ci­dade de atrair grande nú­mero de imi­gran­tes es­pon­tâ­neos. O Bra­sil, por sua vez, teve que ape­lar para uma mi­gra­ção sub­ven­ci­o­nada, na qual o pró­prio go­verno bra­si­leiro pa­gava a pas­sa­gem dos imi­gran­tes. (cf: Imi­gra­ção ita­li­ana no Bra­sil em: Wi­ki­pe­dia) Mais de­ta­lhes: Re­volta de Ibi­caba, Tho­mas Da­vatz em: Wikipedia)

A emi­gra­ção ita­li­ana tam­bém dei­xou tra­ços cul­tu­rais: a co­mida ita­li­ana, mas tam­bém na po­e­sia e na mú­sica Em Mé­rica, Mé­rica, Mé­rica (You­tube), um grupo mu­si­cal do sul do Bra­sil canta so­bre vi­a­jar de barco a va­por dos seus an­ces­trais, so­bre como eles não ti­nham nada além de honra, uma des­cri­ção eu­fe­mís­tica por se­rem vi­ti­mas de uma crise éco­nó­mica. Esta re­co­lo­ca­ção não foi uma aven­tura como às ve­zes a en­ten­de­mos hoje, foi uma luta pela so­bre­vi­vên­cia. A can­ção bem po­pu­lar La Bella Po­lenta (em You­tube) do grupo Ra­gazzi Dei Monti fala dos ali­men­tos bá­si­cos da ve­lha pá­tria e das saudades.

O se­guinte está em cons­tru­ção. Toda co­la­bo­ra­ção é bem-vinda.
Xi­lo­gra­fia re­pre­sen­tando o vi­a­jante e je­ju­a­dor Sr. Gi­o­vanni Succi (obra de Et­tore Xi­me­nes, Pu­blic do­main, via Wi­ki­me­dia Commons)
Mas ex­pli­ca­ções so­bre Sr. Succi se­guem em breve de Leida.

Dona Benícia na Europa

Dona Be­ní­cia na Europa
IMG-20160823-WA0000
IMG-20160823-WA0000
IMG-20171202-WA0009
IMG-20171202-WA0009
brasil90_020
brasil90_020
almir_mama_leida_benicia_01
almir_mama_leida_benicia_01
PlayPause
 

1991 na Suíça

juli_hilda_02
juli_hilda_02
juli_hilda_01
juli_hilda_01
juli_hilda_06
juli_hilda_06
juli_hilda_09_schnitt
juli_hilda_09_schnitt
image016
image016
image011
image011
image009
image009
image008
image008
PlayPause
 

Heráldica

Lecco

A an­tiga e no­bre fa­mí­lia tos­cana é re­gis­trada na lista ofi­cial com o tí­tulo de No­bile di Massa (mf.) Na pes­soa de Giu­li­ano, En­rico, Gi­o­vanni, Giu­li­ano. A fa­mí­lia se es­pa­lhou ao longo dos sé­cu­los em di­fe­ren­tes re­giões da Itá­lia, com um as­sen­ta­mento cons­pí­cuo em Como; em al­gu­mas re­giões vi­zi­nhas tam­bém exis­tem as for­mas cog­no­mi­nais Lecca ou Mecco, isso deve ser um pro­blema de trans­cri­ção. O bra­são de ar­mas da fa­mí­lia Lecco está es­tam­pado da se­guinte forma: D’az­zurro, a torre fun­dada em uma mon­ta­nha de três pi­cos e unida por duas es­tre­las de seis pon­tas, to­das em prata; com a ca­beça dou­rada, car­re­gada com a águia preta de duas ca­be­ças, co­ro­ada pela mesma nas duas cabeças.

D’az­zurro, alla torre fon­data su un monte di tre cime e ac­cos­tata da due stelle a sei punte, il tutto d’ar­gento; con il capo d’oro, ca­ri­cato dell’a­quila bi­ci­pite di nero, co­ro­nata dello stesso sulle due teste.

Bla­sone della fa­mi­glia Lecco dalla Tos­cana. Fonte: “Rac­colta Ce­ra­melli Pa­pi­ani” cus­to­dita presso l’ar­chi­vio di stato di Fi­renze fasc. 7887; se­condo lo sto­rico e aral­dista mar­chese Vit­to­rio Spreti sono fre­gi­ati di ti­toli no­bi­li­ari an­che in Como; si tro­vano an­che le forme cog­no­mi­nali Mecco e Lecca; il monte di tre cime in molte il­lus­tra­zi­oni è us­cente dalla punta an­che se il bla­sone non lo specifica.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.